Arca Brasil

30 março 2011

Construção Sustentável

Essa reportagem foi exibida hoje no Jornal de maior circulação aqui em Sorocaba. Achei muito boa e resolvi colocá-la.

O que é? Como fazer? O que comprar?
Notícia publicada na edição de 26/07/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno Casa e Acabamento - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Construção sustentável envolve os famosos ‘reduzir, reutilizar e reciclar e coloca em prova a consciência, o conhecimento e a criatividade do construtor
A sustentabilidade não é um assunto novo na construção civil, mas ainda é tida como desafio. Isso porque construção sustentável envolve os famosos reduzir, reutilizar e reciclar e coloca em prova a consciência, o conhecimento e a criatividade do construtor. Isso mesmo. Reduzir materiais como água, energia, cimento, areia, madeira e achar alternativas para reutilizá-los, ou reciclá-los, envolve conhecimento, criatividade para dar novas formas e consciência de que a ação protege o planeta, por exemplo. Mais acessível no mercado, com materiais alternativos, a sustentabilidade está com força na construção civil e depende apenas do conceito de cidadãos e profissionais para existir.
Estudos apontam que a construção civil é uma das atividades que mais causa impactos ao meio ambiente. Só para se ter uma idéia, ela é responsável por mais da metade de toda energia consumida no mundo anualmente; emite cerca de 50% dos gases que modificam o clima; é responsável por 16% da água consumida no planeta ao ano e ainda produz cerca de 40% do lixo. Esses fatores têm contribuído para o crescimento do conceito de sustentabilidade, já que 40% das possibilidades de reciclagem estão nas construções, com o reaproveitamento de materiais como alumínio, madeira e concreto. Além disso, estima-se que, a longo tempo, com o uso de uma obra sustentável haja 30% de redução de custos, somente com água e energia. E pensar nesse reaproveitamento é preservar o planeta e entregá-lo às futuras gerações em melhores ou, no mínimo, nas mesmas condições em que ele está hoje, acredita o arquiteto Musse Stefan, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em Sorocaba.
Obra sustentável
De acordo com o arquiteto, pode-se dizer que a construção sustentável é aquela em que todos os processos envolvidos - desde o projeto, passando pela execução da construção e o uso do espaço construído -, contribuem para manutenção do planeta. Podemos ainda avaliar a sustentabilidade desde as atividades dentro do escritório onde foram feitos os projetos até a conscientização dos usuários sobre o uso do espaço construído, observa.
E para se realizar uma construção sustentável, explica ele, é preciso que haja primeiro a conscientização da importância da sustentabilidade. Um segundo passo é planejar a obra com esse conceito desde o início: o manejo de todo o material, a saída dos resíduos e assim por diante. Muitas vezes devemos olhar para o passado e tentar não reinventar a roda. Há muita sabedoria embutida em alguns procedimentos que foram abandonados em nome do progresso, garante ele.
Segundo Stefan, uma obra é tida como sustentável quando, por exemplo, conta com o sistema de eficiência energética, que nada mais é do uso de iluminação natural - com janelas que valorizem a iluminação e circulação do ar no prédio -, de energia renovável -, como o uso de aquecedores solares - que são capazes de gerar energia e aquecer, por exemplo, a água do chuveiro naturalmente. Um outro fator importante é evitar desperdício de água, com uso de equipamentos de baixo consumo - como as descargas com dupla função -, e reuso econômico da água, como sistema de reaproveitamento da chuva.
O descarte consciente de resíduos de materiais, com gerenciamento de origem, uso e reciclagem - como a quantidade de madeira e reutilização posterior -, é uma forma de evitar impactos ao meio ambiente, garante Stefan. Para o profissional, não há desvantagens numa construção sustentável e em termos de custo, já é possível construir sustentavelmente. A grande mudança está nos conceitos, garante. Quanto às vantagens, ele defende: a principal delas é o respeito ao planeta. Há ainda a redução nos custos permanentes com consumo de água e energia, observa.
Acessibilidade do mercado
Segundo o arquiteto, já estão disponíveis no mercado produtos com selo de sustentabilidade e outros que mesmo sem o selo podem ser avaliados como sustentáveis. Para cada material, explica ele, há vários aspectos que devem ser observados:
- que venham de locais próximos; que, sendo sintéticos, naturais e/ou transformados, sejam usados até o fim da vida útil, adequados para a reciclagem, reuso e reutilização; que tenham sido feitos sem agredir o meio ambiente e/ou deturpar as ordens sociais e culturais; que sejam economicamente vantajoso ao lugar e região em que são produzidos; que não poluam o meio no qual são utilizados; que colaborem para o fim das devastações ambientais.
E quanto aos equipamentos utilizados na obra, além dos conceitos anteriores, devem propiciar o reuso de suas partes; gerarem sua própria energia sem produzir resíduos ou funcionar através de alguma fonte de energia sustentável; além de aliarem suas funções eficientemente com as condições naturais do lugar em que são usados.26/07/2009

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